Apanho a segunda onda.


A ideia da terceira vaga, de utilizar a “feminilidade” para manipular os homens, parece-se demasiado com a serpente que seduz as vítimas masculinas. Sou mulher branca, ocidental, vivo numa sociedade capitalista, etc., e, naturalmente, incorporo as características desses sistemas. Calço saltos altos por causa disso. Sinto-me mais sexy de saltos altos porque vivo aqui, porque incorporei a ideia híper-sexualizada-masculino-hegemónica do que é ser sexy. Se vivesse numa tribo, pintava o corpo de amarelo. Se o faço, inconscientemente, para manipular os homens, não sei. Acho que é mais um jogo de sedução que incorpora as características da dominação do que algo premeditado. Não sei, não sei.

Mas se fosse para escolher entre a ideia de auto-empoderamento da Beatrix, a apologia da mulher autónoma e forte que assume que não precisa de um homem para nada, ainda que não negue, e tenha prazer em, claro, relacionar-se com ele, e a imagem da Fabienne, sensível, com ar frágil, mas que não precisa de impor-se para fazer o que lhe apetece, fá-lo à revelia da vontade do homem, ignorando-o, eu escolheria a Beatrix.