Muitas palavras, pouca diferença.

Nunca se falou tanto e nunca as conversas foram tão iguais.

A internet, ao aumentar o número e a velocidade da troca de palavras, subtraiu a sua complexidade.

Para se criar sentido, pensar no que o outro diz, é preciso tempo.

Nunca estivemos tão perto uns dos outros e nunca houve tão pouca proximidade.

Para apreciarmos alguém, com os olhos ou com a imaginação, precisamos de o ver à distância.

Quando mais perto estamos de uma coisa, menos a conseguimos ver. Fica restrita a uma pequena parte ou desfocada. 

Proximidade exige sentido. E o sentido só se cria quando nos demoramos no outro e quando nos distanciamos dele.