As novas luzes da academia.

Os acérrimos defensores dos métodos quantitativos na investigação académica acreditam que a estatística, e a transformação de tudo em dados, libertam o conhecimento dos mitos, do arbítrio subjectivo e do mal da ideologia. Para estes académicos, o conhecimento será tão mais “científico” quanto mais for baseado e movido por números e dados “concretos”. A própria teoria é, muitas vezes, acusada de ser uma ideologia.

O problema é que acreditar que tudo o que é conhecimento pode e deve ser medido é em si mesmo uma ideologia.

Os dados e os números são desprovidos de sentido.

Não são narrativos, mas aditivos.

Mensurar e quantificar não é o mesmo que compreender.

Ter muitos dados, acumular muita informação sobre uma determinada coisa, não garante o conhecimento acerca dela. Pode ser até pernicioso, quando nos dá uma falsa sensação de clareza.

A teoria é uma forma de pensar e compreender alguma coisa.

Medir não é questionar.