Toda a gente sabe que os conteúdos dos livros obrigatórios ou recomendados das escolas portuguesas são pensados e desenhados, em primeiro lugar, pelo Estado e, em segundo lugar, por grandes empresas editoriais. Toda a gente também sabe que o que os professores fazem não é transmitir informação mas ordenar que os alunos façam os trabalhos ou os exercícios de uma determinada forma. Quando os estudantes não fazem o exercício como os professores ordenam, têm má nota ou reprovam, tendo que repeti-lo até estarem de acordo com as suas ordens. Assim, o sistema de educação português tem uma tripla disciplinação do pensamento. Primeiro, é sempre a favor do Estado, segundo, nunca é contra as grandes empresas, terceiro, é imposto por um grupo profissional também formado com estas orientações. É por este motivo que as artes, nas suas variadas formas: plásticas, cinematográficas, literárias, musicais, etc., criadas autonomamente, são a maior fonte de emancipação do ser humano.